
Ontem,até que enfin,fui assisrtir ao filme Black Swan(Cisne Negro)posso dizer que sim,superou minhas espectativas(eu moro no interior de SP,por isso só chegou no cine esse fds #atrasada).
Gostei do conteúdo,filme interessante...muita ''ação'' e um pouco de ballet.Nátalie Portan como sempre deu vida a sua personagem,e conserteza Ocar merecido!!!
Encontrei no blog ''Espaço a'' uma visão de profissonais na área de psicanálise sobre o filme,resolvi colocar para vocês ver,e,quero saber o que acharam de Black Swan!?!?
Sobre o filme:
Black Swan – palco, corpo, arte. Elementos fundamentais tanto para uma neurose quanto para uma psicose. Tanto para uma histeria quanto para uma paranóia.
O espectador trilha com a  protagonista Nina Sayers (interpretada - ou encarnada? - pela extasiante  Natalie Portman), um caminho pela construção da feminilidade. 
Nina é uma balarina em busca da perfeição,  significante este que é tomado ao pé da letra. Capturada pelo desejo da  mãe (Barbara Hershey), na própria extensão do desejo materno, a  me”nina” busca arduamente ser a primeira bailarina da companhia em que  dança.
Com  a aposentadoria da primeira bailarina, Beth (Winona Ryder), a moça  enxerga a sua chance de alcançar o tão almejado papel de cisne no ballet  que o seu professor pretende montar.
Rapidamente  o espectador percebe que muitas das cenas que são retratadas no filme  são interpretações de Nina, e que justamente por isso, nem sempre  condizem com a realidade. Fenômenos de despersonalização, alucinações  visuais, delírios persecutórios. 
Mas  não é por isso podemos considerar que se trata de uma psicose. Pois  ora, as neuróticas (e os neuróticos) também deliram! Histéricas  alucinam, obsessivas têm seus delírios Desejo e corpo, podem nos apontar  para a histeria, perfeita-mente (aliás, não há advérbio melhor para  fazer referência a este filme)
Somos postos diante de uma construção edípica  em uma relação simbiótica entre mãe e filha. Inserida em, uma relação  devastadora com a mãe, Nina aparece em cenas onde sua mãe a trata como  uma criança. Vestindo-a, pondo-a para dormir, cortando as suas unhas (ou  garras? - prato cheio para metáforas). 
Porém,  há um elemento fundamental, faltante para a triangulação edípica  neurótica. A figura paterna. Não se sabe do pai, não se diz no nome-do-pai. 
Podemos  pensar em um primeiro momento, que Thomas, o diretor (Vincent Cassel),  ocupa um papel masculino para Nina, quando a incentiva à busca de sua  sexualidade, quando a seduz, parecendo desejar a mulher que Nina pode  vir-a-ser. Mas o que Thomas incita, é apenas a bailarina que há em  Nina. Ele demanda da me”nina”, a perfeição, demanda esta, já conhecida  pela garota. Mas não se trata da perfeição que a garota já descobriu,  semblante da garota recatada, assexuada e irritantemente doce. A  perfeição que Thomas lhe pede é da ordem da sedução, da espontaneidade,  da expressão. 
É  aí que podemos perceber que as relações de Nina são unicamente  especulares. O corpo mexe, o espelho não responde. Alucina uma briga com  Lilly (Mila Kunis), quando é também pelo espelho, que o espectador vê  que a luta é consigo mesma. Cisne branco e cisne negro. Pulsão de vida e pulsão de morte. Princípio de prazer e princípio de realidade. 
E  por falar em Lilly, poderíamos tomá-la como a outra, por qual Nina se  apaixona, tal qual Dora se apaixonara pela Srª K. Mas por falta de  recursos, por falta de palavras, por falta de falta, parece que é o  Outro persecutório que Nina enxerga em sua amiga. Cisne negro encarnado,  Nina precisa matá-la para poder fazer existir o seu próprio cisne  negro, a sua sexualidade, o seu corpo. 
Para  se fazer existir em seu cisne negro, Nina é intimada a rebelar-se com o  mundo materno, em busca de sua sexualidade. Deixa de ser doce com a mãe  para lhe dar respostas atrevidas, joga seus bichos de pelúcia no lixo. É  o cisne negro aparecendo. É a busca pela perfeição caminhando a passos  largos.
Mais  do que dançar ou interpretar, Nina se torna o próprio cisne. Observamos  dedos dos pés, colados como os de cisne, asas que ensaiam aparecer em  suas costas.
Pois o que há é uma busca pelo significante da perfeição, aparentemente, e não pelo significante feminino.
Cisne  negro é um desencadeamento de cisnes brancos e negros em cada  espectador. Ingênuo aquele que pensa que pode sair impune ao assisti-lo.  É na cena final que Nina diz “Eu me senti perfeita”.  Ela consegue sentir-se perfeita. Falta a falta. Eis o perigo de se  alcançar a sensação da perfeição....pois já não é mais preciso viver.
texto tirado do blog :"Espaço a" - Instituto de Psicologia e Psicanálise - Curitiba - PR